Dentro da programação do Museu Histórico Nacional na 23ª Semana Nacional de Museus, foi realizada a conferência “Museus Regenerativos: construindo futuros sustentáveis com comunidades em rápida transformação”, conduzida pela diretora da @regeneramuseus e vice-presidente do ICOM SUSTAIN, Lucimara Letelier, no auditório do Centro Cultural da Justiça Federal. Ela se identifica como empreendedora sociocultural para contribuir com o tema de crise ambiental nos museus e aponta que a cultura regenerativa se mostra como um novo paradigma para os museus.
Em sua apresentação, ela abordou que o tema da regeneração não deve ser entendido como uma atividade corriqueira, mas que precisa de um tempo de maturação, pois a crise climática impacta na vida de todos, inclusive na vida de pessoas que exercem atividades em museus. Para ela, não existe crise sócio climática que não seja cultural, então o problema é com as pessoas, por isso a necessidade de criar um senso de corresponsabilidade. “A gente precisa fazer uma base de diálogo sócio comunitário, construir soluções conjuntas e reinterpretar as nossas coleções”.
Lucimara apresentou conceitos pontuais de criação de práticas sustentáveis no campo museal, a exemplo de iniciativas como rodas de conversa sobre algum aspecto da crise climática, convidando a comunidade a participar desses momentos. Para construir uma ação efetiva, ela sugere pensar em uma ideia que seja possível de execução, como criar hubs climáticos, realizar ações como Café do Clima, trabalhar histórias do clima através de objetos. “Podemos trazer um objeto icônico do acervo do museu envolvendo a questão sócio climática, não necessariamente realizar uma exposição específica. E trabalhar com o Educativo uma série de oportunidades de trazer esse tema às rodas de conversa”, defende.
A sugestão de trabalhar um objeto do acervo para tratar do tema se justifica, segundo ela, porque uma exposição pode demorar muito tempo para desenvolver e acontecer. E por necessidade de urgência para tratar do tema, ela acredita que uma conversa pode ser bem proveitosa. “Se formos esperar exposições climáticas elas acontecerão num ciclo que a gente não tem mais tempo”.
Participaram também desse momento o diretor o MHN, Cícero de Almeida, e o diretor executivo do CCJF, Ricardo Horta. Para assistir à conferência, acesse o canal de YouTube do Museu Histórico Nacional.
Outra atividade do MHN durante a Semana foi a realização do Bonde da História. O historiador e educador Edmilson Santos fez um percurso sobre as cercanias do Museu Histórico Nacional, oferecendo aos participantes a oportunidade de entender o território do museu no contexto de rápidas transformações na cidade.