A partir do dia 20 de novembro, o Museu Histórico Nacional (MHN) reabre ao público suas galerias da exposição de longa duração relacionadas à história do Brasil – fechadas desde março de 2020 devido à pandemia.
Localizado no primeiro andar do edifício principal do complexo arquitetônico, o circuito expositivo volta com novidades, como as intervenções do projeto internacional Echoes e a introdução de itens do acervo nunca antes expostos no módulo “Cidadania”.
Acervo inédito
O módulo “Cidadania”, que aborda especialmente os séculos XX e XXI, passou por uma revisão conceitual e expográfica, trazendo à tona novos recortes e leituras relacionados à história do Brasil contemporâneo.
A prática colecionista, as revoltas do período republicano, os direitos relacionados ao trabalho e à cidade, a preservação ambiental e os povos originários são alguns aspectos abordados nas novas vitrines.
As mulheres também ganham mais espaço no módulo “Cidadania”, com a inclusão de itens relacionados a histórias de vida ou produzidos por mulheres.
Entre os destaques está a coleção Zaíra Trindade. Formada por itens relacionados às religiões de matriz africana, é resultado de uma doação feita ao MHN em 1999 pela própria Zaíra Trindade.
“Estamos devolvendo para a cidade do Rio de Janeiro, e para o Brasil, um espaço cultural revigorado: é um passeio pelo tempo e pela memória, conectados com a história de nosso país”, aposta Vânia Bonelli, diretora Interina do MHN.
Vitrine renovada
Outra novidade foi o apoio da empresa Granado na renovação da vitrine de fardas militares do Segundo Reinado (1840-1889), que faz parte do módulo “A construção do Estado: Império”. Expostas há cerca de 10 anos, as peças foram higienizadas e conservadas, assim como houve a troca de suportes expositivos e a atualização de legendas para o público.
Leituras entrelaçadas
“Brasil decolonial: outras histórias” traz uma série de 17 intervenções no circuito expositivo do MHN, que pretende criar novas possibilidades de leitura, a partir da perspectiva decolonial, sobre temas e objetos relativos à diáspora africana na história do Brasil contada pelo museu.
A ação está integrada ao projeto de pesquisa Echoes, financiado pela União Europeia, que debate o patrimônio colonial europeu existente tanto na Europa quanto em outros continentes.
O projeto é resultado da ação conjunta entre MHN, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) e Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra (Portugal).
Além das galerias do primeiro andar, as intervenções também acontecem nas exposições do térreo – como pátio dos Canhões e “Do móvel ao automóvel”, e poderão ser vistas pelo público até novembro de 2022.
“O MHN torna-se, mais uma vez em sua história, pioneiro no campo museológico brasileiro, ao aceitar o desconforto de questionar o seu lugar, assumindo uma atitude inovadora”, indica texto da curadoria do projeto Echoes.
De 20 de novembro 2021 até 20 de fevereiro de 2022, também está em cartaz a exposição “Terra à vista e Pé na lua”, que homenageia o artista Ziraldo e abre as comemorações dos 100 anos do museu. Saiba mais.
O MHN está funcionando de quinta a sábado, das 10h às 16h, com entrada franca. Não é preciso a retirada antecipada de ingressos. Confira as informações para o agendamento de grupos. De acordo com os protocolos do museu relacionados à covid-19, é obrigatório o uso de máscara em todos os espaços do MHN, assim como a apresentação do comprovante de vacinação – de acordo com Decreto da prefeitura do Rio.
Texto: Ascom/MHN
Fotos: MHN/Divulgação