Na próxima segunda (21) começa em todo o Brasil a 14ª edição da Primavera dos Museus. No novo episódio do podcast “Museu e histórias”, a equipe de comunicação do MHN conversa com Diogo Tubbs, responsável pelo Núcleo de Educação, sobre a programação especial que acontece até 27 de setembro.
Coordenada pelo Instituto Brasileiro de Museus, instituições de todo o Brasil desenvolvem atividades virtuais sob o tema “Mundo digital: museus em transformação” durante a Primavera dos Museus 2020.
A participação do MHN ao longo dos anos nas temporadas nacionais de eventos do Ibram e as ações educativas do museu durante o período de pandemia são outros temas abordados. Você pode ouvir gratuitamente o episódio, sem necessidade de ser assinante, em nossos perfis no Spotify e no Google Podcasts. A seguir, a transcrição da entrevista.
A Primavera dos Museus chega a sua 14ª edição este ano. Você pode contar um pouco como tem sido ao longo dos anos a participação do Museu Histórico Nacional nas temporadas de eventos nacionais do Instituto Brasileiro de Museus – Ibram?
DT: A Primavera dos Museus, assim como a Semana Nacional dos Museus, são eventos realizados pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) com o objetivo de dar ainda mais visibilidade aos museus brasileiros. Geralmente, ocorrem durante uma semana.
Desde as primeiras edições, o Museu Histórico Nacional tem participado de forma a criar uma programação diferenciada para esses eventos. Lembrando que a cada ano são propostos temas diferentes que devem nortear as ações que serão realizadas durante essa semana.
O Núcleo de Educação sempre teve um papel de destaque no museu ao pensar novas propostas e novas ações para serem realizadas neste período. Uma das características de que a gente gosta é pensar ações que sejam de alguma forma inovadoras para as práticas educativas do MHN e que, ao mesmo tempo, não sejam única e exclusivamente naquele período. Nos interessa criar projetos ou ações que ultrapassem a semana e passem a compor de forma estruturada nossas atividades. Pode ser um momento de destaque em algum projeto ou mesmo o início de algo completamente novo.
Assim como na edição da Semana de Museus, realizada em maio, o Ibram propôs atividades virtuais também para a Primavera dos Museus, tendo em vista a pandemia do novo coronavírus. Como vocês da área de educação, que têm um contato estreito com os visitantes do MHN, estão atuando neste momento?
DT: Acredito que, como grande parte das pessoas, a gente teve que se adaptar de forma rápida e até mesmo abrupta às novas condições de trabalho. Temos uma equipe relativamente grande e podemos observar o esforço de todo mundo para se adaptar a essas novas demandas.
Penso que ainda estamos nos estruturando, assim como todo o museu e toda sociedade, para atender a essa nova realidade. Mas assim como as ações da Semana de Museus, a ideia é que na Primavera dos Museus as práticas desenvolvidas durante o período de isolamento permaneçam de uma forma ou de outra durante o tempo que acharmos interessante.
Tivemos suporte por parte da direção do museu, assim como de outros setores, para experimentar novas abordagens online durante esse período. Um dos destaques que podemos citar é a criação do Espaço Educativo Virtual na página do Facebook do museu.
Este espaço tem proporcionado ótimos debates e interações com o público e a tendência é expandirmos esse contato durante a 14ª Primavera dos Museus. Ainda temos outras ideias que a gente vai colocando em prática aos poucos.
Conta pra gente agora o que está programado para acontecer entre os dias 21 e 27 de setembro?
O Núcleo de Educação do MHN programou quatro atividades para serem realizadas durante a 14ª Primavera dos Museus: a primeira acontece dia 21 de setembro, quando temos o lançamento do volume 1 da série de livros digitais “Educação museal: conceitos, história e políticas”. A série de livros será em formato PDF acessível, com cinco volumes – e em todos volumes vamos contar com a participação de convidados a escrever textos para esses livros.
Lembrando que os assuntos que serão desenvolvidos na série de livros vêm do Grupo de Pesquisa “Educação Museal: conceitos, história e políticas”. Essa série de livros cumpre com um de nossos objetivos de tornar o MHN como uma das referências na área de Educação Museal no Brasil, não só na formulação das atividades, mas também como lugar de reflexão sobre essa temática.
No dia 22 teremos um webinário sobre produção de livros multiformato. Neste evento teremos a participação de uma convidada que já desenvolveu trabalhos semelhantes em outras instituições. O que é interessante é que a gente vai poder conversar um pouco sobre como está sendo a elaboração desse livro multiformato, pois muitas instituições desconhecem essa possibilidade.Esse webinário tem como objetivo dialogar com outras instituições para que elas possam pensar nesta possibilidade. Esta ação faz parte do compromisso de tornar o MHN cada vez mais acessível aos diferentes públicos.
Ainda no dia 24 acontece um webinário com o tema “Planejamento, registro e avaliação de ações educativas museais”. Nesse webinário vamos abordar o processo de formação e desenvolvimento de metodologias e ferramentas de planejamento.
Por último, no domingo dia 27 de setembro, teremos uma contação de história online. Ela é uma adaptação de um de nossos projetos chamado “Bondinho da História”. A contação será “Oxalá na criação do mundo: o mito Yorubá”. O interessante é que pela primeira vez poderemos contar com um tapete acessível que além de ajudar na história online, quando voltarmos a ter atendimento presencial ele vai servir para que as pessoas possam tocar no tapete e experimentar sensações diferentes na visita presencial.
Lembramos que tanto na contação de história quanto nos webinários teremos intérprete de Libras para atender a demanda de nosso público.
Além das atividades educativas, o MHN também vai apresentar na Primavera dos Museus 2020 o primeiro episódio da websérie “Desvendando o acervo”. A historiadora do MHN Isabel Lenzi, que esteve aqui conosco recentemente, vai falar sobre o quadro “A ilusão do Terceiro Reinado”, mais conhecido como “O último baile da Ilha Fiscal”, que foi pintado por Aurélio de Figueiredo em 1905. Imperdível!
Por último: vocês do Núcleo de Educação já têm algumas ações para um momento pós-pandemia que pudessem compartilhar com a gente?
DT: A gente tem pensando neste cenário com muita calma e aguardando o desenrolar dos acontecimentos. Nosso intuito, assim como de todo museu, é voltar a trabalhar com público presencial quando as autoridades competentes indicarem. Com certeza, a gente vai seguir completamente todos os protocolos estabelecidos também.
O que a gente pode vislumbrar é que temos a certeza de que as atividades desenvolvidas durante esse período de forma online deverão continuar mesmo após o fim da pandemia. A volta ao contato com os visitantes deve sofrer algumas alterações, mas ainda assim vamos preservar as características de nosso trabalho – que são o diálogo e a construção das atividades junto ao público.
Para mais informações sobre as atividades do Núcleo de Educação do MHN, escreva para mhn.educacao@museus.gov.br. Se quiser falar sobre algum outro assunto relacionado ao museu, escreva para faleconosco.mhn@museus.gov.br.
Texto: Ascom/MHN
Fotos: MHN/Divulgação