Atividades do Núcleo de Educação para a exposição

Desde que foi inaugurada no mês de novembro, a exposição “Para além da escravidão: construindo a liberdade negra no mundo” tem recebido muitos visitantes que levam consigo diversas experiências e questionamentos para as suas vidas. A visita a um museu é um ato que agrega valor para cada indivíduo e as atividades realizadas pelo Núcleo de Educação (Nueduc) contribuem para potencializar esses aprendizados. Para isso, foram levados em consideração fatores como mediação qualificada, formação prévia do público, planejamento logístico e alinhamento com a curadoria transnacional.

Aqui são trazidas algumas imagens que mostram um resumo dos momentos mais marcantes dessas atividades que foram pensadas com muito carinho para a recepção de um público diverso. Para isso, os profissionais do Nueduc trabalharam toda uma estratégia pedagógica na construção do conceito de liberdade e nas conexões com o presente, relacionadas com temas como racismo estrutural, direitos humanos e reparação. As atividades foram focadas no atendimento a um público amplo, que envolveu estudantes de ensino fundamental, médio e superior, além de projetos sociais e equipamentos da assistência social, grupos institucionais e do sistema de justiça e direitos humanos. E, claro, teve a participação do público espontâneo em atividades como visitas guiadas ou do Bonde da História, aos finais de semana. 

O agendamento de grupos foi fundamental para atender a públicos de diversas escolas públicas e privadas de Ensino Médio e instituições de Ensino Superior. Também proporcionou mediações inclusivas para atendimento a públicos de Educação Infantil, Educação de Jovens e Adultos (EJA), idosos, pessoas com deficiência, imigrantes e refugiados. Vale destacar as ações de equidade de acesso que foram viabilizadas pela parceria com o projeto Rio Memórias, que garantiu transporte para escolas públicas.

Para a responsável do Núcleo de Educação, Moana Sotto, as ações realizadas superaram as expectativas iniciais da equipe: “O número de visitantes, a diversidade dos grupos atendidos e a alta taxa de ocupação da agenda demonstram a eficácia da estratégia adotada”. Ela avalia, positivamente, a forte adesão das escolas e instituições, a qualidade do engajamento durante as mediações, o impacto da formação prévia de professores na condução das visitas e a consolidação do MHN como espaço de debate sobre memória, liberdade e direitos humanos no contexto do Mês da Consciência Negra.

Para Moana, outra importante ação foi formação prévia de educadores que participaram em live prévia à exposição com o Núcleo de Educação, momento em que foram apresentadas informações sobre a exposição e roteiros pedagógicos, elementos que fortaleceram a confiança das escolas para o agendamento. Ela destaca o crescimento expressivo de atendimentos inclusivos, com diversos grupos que informaram, previamente, a presença de estudantes com transtorno do espectro autista, síndrome de Down e deficiência visual, reforçando a importância da preparação da equipe e do planejamento pedagógico individualizado.

A preparação da equipe de mediadores contratada exclusivamente para a exposição aconteceu de forma intensiva em período prévio, no início de novembro.  “A atuação dos mediadores foi marcada por alto grau de especialização dos selecionados, com divisão de competências conforme o perfil dos grupos que seriam atendidos e essa preparação permitiu uma recepção qualificada, acolhedora e ajustada às necessidades de cada público”, avalia Moana.

Também participou desse processo uma equipe de cerca de 30 estudantes do curso de História da Unirio, que trabalhou com mediações de alguns grupos dentro da disciplina de Estágio, que é desenvolvida em espaços não formais de educação, como o museu. A professora responsável, Mariana Muaze, diz que foram feitos debates em sala de aula e análise de material enviado pelo Nueduc, além de palestras com o historiador do MHN, Edmilson Santos, e capacitação no próprio museu, antes da abertura da exposição. Durante as atividades de capacitação, Edmilson frisou que responsabilidade, interesse e paixão são os três pré-requisitos para fazer uma boa monitoria.

Uma outra ação importante foi a preparação voltada para o público interno do MHN, com mediações exclusivas para os funcionários terceirizados, com o objetivo de proporcionar o melhor atendimento ao público visitante.