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Podcast MHN: saiba mais sobre o Seminário Internacional do MHN em 2020

Pela primeira vez, o Seminário anual do MHN acontece em formato online nos dias 13 e 14 de outubro. Promovido para marcar o aniversário do museu, comemorado em 12 de outubro, o tema deste ano é “Miradas decoloniais para os Centenários Portugueses (1940-2020)”.

No novo episódio do podcast “Museu e histórias”, a equipe de comunicação do MHN conversa com Rafael Zamorano, historiador e responsável pelo Núcleo de Pesquisa do museu, área que organiza anualmente o seminário, sobre a escolha do tema deste ano, a programação e um pouco sobre a historia do seminário.

Você pode ouvir gratuitamente o episódio, sem necessidade de ser assinante, em nossos perfis no Spotify e no Google Podcasts. Confira abaixo a transcrição da entrevista.

O Museu Histórico Nacional já realiza seu seminário anual há cerca de 20 anos. Você pode contar pra gente um pouco dessa história?

RZ: Pois é, o Seminário Anual do MHN já é uma tradição do campo museológico brasileiro. A ideia de organizar um seminário anual, justamente no mês de outubro, que é o mês em que se comemora o aniversário de fundação do MHN, remonta ao período em que a socióloga Sara Benchetrit – hoje aposentada –  atuava no museu.

O historiador Rafael Zamorano é responsável pelo Núcleo de Pesquisa do MHN

O historiador Rafael Zamorano é responsável pelo Núcleo de Pesquisa do MHN

Uma característica que marca os seminários é que eles sempre abordam temas de interesse à história do Brasil e ao campo museológico brasileiro.

Os seminários deram origem a 17 livros editados e publicados pelo museu, sendo eles referências em concursos para mestrado, doutorado e para a carreira universitária, além de citados em diversas teses e dissertações.

Desde o, ano de 2006, o Núcleo de Pesquisa atua na idealização e organização dos seminários. Um trabalho que nos dá muito orgulho e prazer em realizar!

Neste ano, o seminário acontece nos dias 13 e 14 de outubro e tem como tema “Miradas decoloniais para os centenários portugueses”. Você explica pra gente sobre a escolha do tema?

RZ: Em 1940, em plena Segunda Guerra Mundial, Portugal promoveu a “Exposição do Mundo Português”, que foi uma comemoração daquilo que ficou conhecido como Duplo Centenário: os 800 anos da Fundação do Estado Português, em 1140, e os 300 anos da Restauração do Trono com o fim da União Ibérica, em 1640.

O evento celebrou o passado e o usou em favor da construção de uma imagem positiva e grandiosa para o Estado Novo Português, sob o regime Salazarista, que durou de 1933 a 1974. O Brasil foi o único país convidado, sendo um exemplo de nação independente que teria mantido seus laços com a antiga metrópole ao dar continuidade ao “processo civilizador”, digamos assim, iniciado com a colonização.

Essa exposição tem grande importância na trajetória do MHN, que participou do evento compondo a seção do Brasil Colonial, com o acervo que já preservava, além de objetos produzidos especialmente para a ocasião – e que hoje fazem parte da nossa coleção.

Por esse motivo, esse ano o seminário do MHN abordará o tema a partir de  “miradas decoloniais para os Centenários Portugueses”. O seminário está sendo organizado em parceria com o Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro.

O objetivo é provocar debates sobre o legado do colonialismo português e estimular reflexões no campo dos museus e do patrimônio, apontando perspectivas para um futuro emancipador e plural nos processos de escritas da história e construção das memórias nacionais.

Presença do público na edição 2018 do Seminário Internacional do MHN. Neste ano, devido à pandemia do novo coronavírus, o seminário acontece em formato online

Presença do público na edição 2018 do Seminário Internacional do MHN. Neste ano, devido à pandemia do novo coronavírus, o seminário acontece em formato online

Agora conta pra gente sobre a programação do seminário deste ano que, pela primeira vez, acontecerá inteiramente online – tendo em vista a pandemia do novo coronavírus….

RZ: Este ano está sendo um desafio para todos nós com a pandemia em curso e, por conta disso, tivemos que adaptar nosso seminário para o formato online.

O seminário sempre foi presencial, no agradável auditório do MHN, e durante os intervalos das sessões os participantes podiam caminhar pelos pátios do museu, como o pátio dos Canhões, ou então tomar um café admirando o centenário portão de Minerva – ou ainda as arcadas do pátio de Minerva.

Mas como toda crise é também uma oportunidade, digo que estamos animados com as potencialidades que o formato online nos dá, como um maior alcance das palestras, seja pela facilidade do acesso no Youtube, seja pelo fato das pessoas poderem ver o conteúdo posteriormente no canal do museu.

Para terminar: você poderia adiantar pra gente alguma novidade do Núcleo de Pesquisa do MHN para os próximos meses?

RZ: Em dezembro vamos lançar os Anais do Museu Histórico Nacional, volume 53.  Os Anais do MHN são uma das publicações mais antigas do Brasil na área da museologia – o primeiro volume é de 1940! Há dois anos mudamos a revista para o formato digital e isso tem permitido uma maior agilidade e economia de recursos na produção dos volumes, tanto que, a partir deste ano, os Anais passaram e ser lançados semestralmente.

O volume 53 contará com um dossiê organizado pela professora Angela Telles, do Real Gabinete Português de Leitura (RJ), com artigos sobre a história do café no Brasil, além de textos enviados por colaboradores e aprovados por nossos pareceristas. Utilizamos nos Anais a prática da “verificação por pares” dos artigos recebidos.

Esse processo de avaliação é feito por um sistema conhecido como “arbitragem cega”, no qual nem os avaliadores, nem os autores conhecem a identidade um do outro. Isso garante maior objetividade e impessoalidade no processo de avaliação das colaborações, e é o padrão seguido pelas principais revistas científicas mundo afora.

Confira a programação completa do Seminário Internacional do MHN. Para conhecer as publicações das edições anteriores, acesse nossa biblioteca digital. Se quiser falar com o Núcleo de Pesquisa do MHN, escreva para mhn.pesquisa@museus,gov.br.

Texto: Ascom/MHN
Fotos: MHN/Divulgação

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