As sessões on-line do Seminário MHN 2021 acontecem nos dias 13 e 14 de outubro, com o tema “Escutas, conexões e outras histórias nos museus”. Haverá certificado de participação mediante lista de presença em cada uma das sessões.
O objetivo é provocar debates e estimular reflexões sobre processos museais, tendo o museu como conexão para a produção de histórias e memórias diferentes daquelas consagradas na historiografia e museus tradicionais.
A proposta de ouvir “outras histórias” significa possibilitar a pluralização da construção da história nacional nas ações do MHN – e que se conecta às celebrações do centenário do museu em 2022.
13 de outubro
A partir das 10h, acontece a primeira sessão com o tema “Curadorias compartilhadas em museus nacionais”. A historiadora Sandra Maria de Souza Teixeira, representando o Museu das Remoções, aborda a incorporação dos escombros da Vila Autódromo (RJ) ao acervo do MHN e o trabalho do museu na luta contra as remoções na cidade.
Mãe Meninazinha de Oxum e Mãe Nilce, ambas do Museu Iyá Davina (RJ), falam sobre memória e tradição, tendo como referência a coleção Nosso Sagrado, formada por objetos das religiões de matriz africana – recentemente transferida para o Museu da República. A mediação da sessão está a cargo da historiadora do Museu da República Maria Helena Versiani.
Às 14h, tem início a segunda sessão do dia com o tema “Autoridade compartilhada e produção de conhecimento nos museus”. Com mediação da professora da Unirio Márcia Chuva, a mesa traz Tat’Etu Lengulukenu, do terreiro Inzo Unsaba Ria Inkosse (RJ).
O sacerdote do candomblé Angola Bate Folha aborda o trabalho de curadoria compartilhada em torno da coleção Zaira Trindade, formada por cerca de 40 objetos sagrados do candomblé doados ao MHN em 1999.
O integrante do Movimento Indígena do Rio de Janeiro, e arte-educador, Daua Puri aborda aspectos das culturas indígenas da região Sudeste, a partir de uma pesquisa sobre o regaste de identidade cultural e memória dos povos da etnia Puri – cujo ‘apagamento’ acontece desde o período colonial.
14 de outubro
“Bens e memórias: entre diálogos e disputas, tecendo novas narrativas” é o mote da terceira sessão do Seminário MHN 2021, a partir das 10h do dia 14 de outubro. Solange Palazzi, historiadora e educadora ligada à Irmandade de Nossa Senhora.do Rosário dos Pretos de Ouro Preto (MG), aborda um “reinado negro” latente no acervo do MHN, que pertencendo originalmente ao século XVIII, clama por ser também da nossa atualidade.
Jean Baptista, professor da Universidade Federal de Goiás (GO), traz à tona um tema pouco explorado: questões ‘queer’ relativas à musealização de objetos indígenas, como o arco e o cesto, associados, respectivamente, ao masculino e ao feminino. A mediação da mesa é de Leila Bianchi Aguiar, professora da Unirio.
A última sessão do seminário, às 14h, aborda “Práticas de escuta e conexão entre museus e comunidades”. A historiadora e professora da UFPI Áurea Pinheiro, ligada ao Museu da Vila (PI), discorre sobre estudos e intervenções para a constituição do Ecomuseu Delta do Parnaíba, uma rede de museus de comunidade em área de proteção ambiental.
Por fim, Lopes Isabel Massango, correspondente Icom/Ceca em Moçambique, fala sobre exposições museológicas ‘móveis’ no país africano, envolvendo museus virtuais, comunidades e acessibilidade, refletindo sobre a valorização e importância dos museus no processo de ensino e aprendizagem em tempos de pandemia. A mediação desta sessão é de Juliana Siqueira, da Secretaria Municipal de Cultura de Campinas (SP).
O seminário conta com a parceria do Núcleo de Documentação História e Memória da Unirio e faz parte do Plano Anual 2021 do museu, que tem o apoio da Associação dos Amigos do MHN e patrocínio do Instituto Cultural Vale – por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.
Texto: Ascom/MHN
Imagem: Artepadilla/Divulgação